segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Análise do grupo


Nelson Rodrigues contribuiu decisivamente para o teatro moderno no Brasil. Suas obras
espelham a realidade, por mais dura e pervertida que fosse. Eis aí o principal motivo de ter a
censura e a crítica o acompanhado durante todo o seu percurso artístico.

Seu talento é inegável, aos treze anos já era repórter policial no jornal de seu pai. Sua
versatilidade artística é abrangente, contempla romances, contos, crônicas, várias peças
teatrais além de telenovelas e até filmes.

As tragédias de sua vida e os inúmeros romances que vivenciou tornaram-se elementos que nas mãos desse brilhante autor se materializaram na riqueza cultural que graças a ele, é autenticamente brasileira.

A vida e a obra de Nelson refletem seu pensamento crítico, o seu temperamento era inclinado a gerar polêmica e outros sentimentos, como raiva, indignação e admiração. Estudar as obras de Nelson censuradas  nos leva a refletir, percebemos que muitos dos problemas tratados ainda são vividos atualmente. Nelson não deixa de ser atual, cita e critica problemas e situações que englobam temas universais, que ainda afligem nos dias de hoje ou que pelo menos refletem em nossa vida.

Percebemos estudando Nelson que a maior arma que podemos usar para combater problemas sociais, como  o preconceito, prostituição, violência e a própria censura, é a PALAVRA.

Nelson Rodrigues é o retrato do Brasil cultural.

"Senhora dos Afogados”, “Perdoa-me por me traíres”, “Boca de Ouro” e “Anjo Negro” foram apenas algumas das obras de Nelson que foram censuradas. Nelson dizia: “A censura me discrimina”. Mas não teria razão a censura? Afinal, é mais fácil esconder as podridões sociais que enfrentá-las!


  A inteligência e perspicácia do célebre autor desafiavam a censura e enfrentavam o público. Com aparições conturbadas e temas polêmicos, Nelson não tinha medo de apresentar sua obra, nem de ser acusado de apologia a graves crimes, como: homicídio, infanticídio, incesto, estupro e atentado ao pudor. Chegou várias vezes a chamar o público de burro, como quem provocava para obter uma reação, qualquer que fosse, mesmo que violenta ou negativa. O que para ele importava era ver alguma reação, que para Nelson representava a quebra da acomodação em que vivia a sociedade.

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